domingo, 9 de abril de 2017

Vidas esquecidas (Necessary lies)

É uma estória interessante, sobretudo porque se baseia em factos reais. O Programa de Eugenia para a esterilização, visto agora, pode ser chocante, mas na época, as assistentes sociais recomendavam-no com as melhores das intenções. O problema é que começou a ser aplicado de forma indiscriminada, basta ver os critérios que eram utilizados. Sou a favor da esterilização em casos clínicos e até sociais, muito específicos, como no caso da Mary Ella . Qual era a alternativa? Deixá-la ter criança atrás de criança, tendo ela e o filho um atraso mental significativo? Pois, é complicado.
  Gostei da descrição do trabalho de assistente social da época, que não deve ser muito diferente daquilo que fazem agora. Além de terem que lidar com situações extremas de miséria humana, ainda têm que enfrentar a hostilidade de quem tentam ajudar, nalguns casos até correndo risco de vida. Jane, apesar de toda a sua  vontade, não era uma boa assistente social, enredou-se demais com a família de Ivy e acabou por sofrer as consequências. A autora retrata muito bem a miséria  da América rural dos anos sessenta, que na essência é igual à que se viveu em Portugal. 

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